sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Ritual Despercebido

Ricardo Icassatti Hermano - Texto
Romoaldo de Souza - Locução do podcast

Beber uma xícara de café se tornou um momento importante nas mais variadas culturas. Quando viajam para o exterior, os italianos se despedem do café tomando um "último espresso de verdade". Para os austríacos, o café é também o momento de apreciar uma fatia da famosa  Sachertorte. Os ingleses o preferem com um pouco de leite. No Brasil, gostamos da xícara de espresso cheia.

Por que? O café tem cafeína e turbina a nossa capacidade de raciocínio. Por isso, ele pode ser tomado em reuniões de trabalho, na companhia de amigos, de parentes. A conversa vai fluir solta e revelar outro aspecto do café: ele é agregador. Basta entrar numa cafeteria e observar. 



Mas, o café também pode ser bebido sozinho. Nossos pensamentos se aprofundam, nossos olhos apreciam melhor a paisagem que nos cerca. Saboreamos o café e a vida ao mesmo tempo, nos preenchemos com o seu calor, nos afagamos com a sua doçura e encontramos a paz daquele conforto momentâneo que nossas almas precisam de vez em quando. 

Outro diferencial é que o café é um ritual despercebido. O café precisa ser torrado, moído, banhado em água quente, coado e só então poderá ser devidamente apreciado. Todo esse processo é um caminho que vai nos preparando para o prazer do momento final. Quanto mais nos dedicamos e dominamos esse processo, maior será o prazer que obteremos da nossa xícara de café. Pense nisso na próxima vez que tiver uma em suas mãos. Aprenda a fazer o seu café. 

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