domingo, 9 de setembro de 2012

Bourne Legacy, uma fuga alucinada e nada mais

Ricardo Icassatti Hermano

Meu filho Pablo e minha nora Aline partem amanhã para a Europa, onde ficarão por 20 dias. Para nos despedirmos e desejar uma excelente viagem, juntei a filharada e fomos almoçar. Com direito a cinema em seguida. Em cartaz o recém lançado O Legado Bourne. Dessa vez, sem o Matt Damon, que fez fama e fortuna em cima do espião programado para assassinar sob as ordens da CIA (Central Intelligence Agency). 

Cartaz do filme

Para dar continuidade à franquia baseada nos livros de Robert Ludlum, o novo filme agora nos revela que a Operação Trendstone, que criou o Jason Bourne original, é apenas uma das três em andamento. Cada uma pior que a outra e todas secretíssimas. O objetivo é criar psicopatas controláveis para serem utilizados como assassinos e espiões. Toda a trama de intrigas dos filmes anteriores desapareceu. A coisa agora é mais científica, pois esses psicopatas sofreram manipulação genética para ficarem mais mais fortes, se recuperarem mais rápido e se tornarem mais inteligentes.

Manipulação genética e treinamento duro

Esse novo Bourne chama-se Aaron Cross, interpretado por Jeremy Renner. Ele faz par semi romântico com a cientista que monitora seu desenvolvimento genético, a Dra. Marta Shearing, vivida por ninguém menos que a gata Rachel Weisz. E aqui começa o problema. 

Dra. Marta é quem programa o genoma de Aaron

Por que colocaram o nome "Bourne" se ele não participa desse filme? Os três primeiros filmes da série são sensacionais, com bons e sólidos roteiros. Esse usou o nome para nos atrair, mas entrega uma montanha russa que só tem descida. As situações estão mal amarradas e muito mal explicadas. Há um indiscutível desperdício de elenco, que conta com atores de primeira como Stacy Keach, Edward Norton, Scott Glen e David Strathairn, atuando quase como figurantes.

Tenho certeza que foram muito bem pagos,
mas foi um inegável desperdício de talentos

No início do filme há um momento de tensão quando Aaron se encontra com outro agente. E é só. O resto do filme é uma longa e frenética perseguição. Como a minha nora Aline bem observou: "Houve um momento em que a perseguição ficou monótona". Perseguição esta que termina de maneira abrupta, como se o filme disponível estivesse acabando e não houvesse mais dinheiro no orçamento para comprar uns rolos extras. 

Tudo que é demais enjoa. Até perseguição frenética.
E a Rachel ficou parecendo a Nina com esse capacetão ...

O filme tem bastante ação, muitos tiros, mortes, explosões etc. Mas, está quilômetros distante dos três primeiros. Comparando, esse perde feio. Nos filmes protagonizados por Damon, havia uma história a ser contada. A direção era boa e disciplinada sem sacrificas a ação. Haviam pausas para que respirássemos antes, como nas montanhas russas normais. Neste, há um fiapo de história e nada mais. A coisa boa é rever a bela Rachel Weisz. Veja o trailer:


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