domingo, 1 de julho de 2012

Sombras da Noite

Ricardo Icassatti Hermano

Após almoço com a filharada e nora, fomos todos assistir o mais recente filme de Tim Burton, a comédia tenebrosa Sombras da Noite (Dark Shadows). Foi um pouco decepcionante, porque essa não é mesmo a melhor performance do Tim Burton. Claro que você vai encontrar os elementos que fizeram a fama do diretor, como o humor negríssimo que brinca com a trágica realidade e não nos dá moleza. Mas é só.

Cartaz do filme

O roteiro parece uma colagem de piadas óbvias e fáceis. Logo no início, quando o personagem de Johnny Depp, o futuro vampiro Barnabas Collins, estuda magia negra, surge a pista para a próxima piada que deveria nos fazer rir justamente pela surpresa. E assim vai o filme com um roteiro frouxo e mal amarrado. O que salva é a beleza da eternamente fascinante Michelle Pfeiffer e da estonteante Eva Green. Além, é claro, da performance de Johnny Depp. Sem ele, esse filme sequer existiria.

Johnny Depp salva o filme com excelente atuação

Dizem que no filme A Fantástica Fábrica de Chocolate, o ator buscou inspiração na figura do cantor e compositor Michael Jackson. Se isso for verdade, Depp foi beber novamente na mesma fonte para personificar o vampiro Barnabas Collins. A figura nos remete ao astro pop o tempo todo, especialmente quando sai à luz do dia.

O que Michael Jackson está fazendo neste filme?

O filme nos conta a história do riquíssimo industrial do ramo de frutos do mar, o aristocrata Barnabas Collins, que despreza o amor da empregada Angelique Bouchard, interpretada por Eva Green. O que ele não sabe é que a empregada também é uma bruxa. Ela então mata os pais de Barnabas e a sua noiva. Em seguida, o transforma em um vampiro. Não bastasse tudo isso, coloca a cidade inteira contra o "monstro" e faz com que o prendam em um caixão e o enterrem.

Eva Green ... estonteante ...

Quase 200 anos depois, o vampiro é acidentalmente desenterrado e libertado da sua prisão. O ano é 1972 e as piadas vêm todas do espanto e reações de Barnabas com o mundo "moderno". A trilha sonora é excelente, as piadas são razoáveis. Uma vez "brifado" pela prima Elizabeth Collins, vivida pela minha musa sempre linda Michelle Pfeiffer, o vampiro recorda ensinamento do pai e resolve abraçar a família à beira da falência, resgatando os seus tempos de glória financeira. 

Pois é, Michelle ... continuo aqui esperando, viu?

A década de 70 foi uma explosão de criatividade, pois os jovens de então estavam na onda da contra cultura, dos alucinógenos e da liberação sexual. Ainda havia a guerra do Vietnam. Foi o cenário perfeito para o rock se desenvolver e ganhar o mundo. Mas, aí o sonho acabou e veio a década de 80, dez anos que deveriam ser apagados da memória da humanidade.

Mulheres desprezadas não esquecem nem em 200 anos

O elenco é estelar, mas pouco aproveitado. Serve basicamente de escada para a relação de ódio e amor do vampiro com a bruxa, que também sobreviveu aos séculos e agora domina a indústria pesqueira na pequena cidade. O Café & Conversa assistiu e recomenda pelas razões já citadas e com as ressalvas apontadas. Veja o trailer:


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