segunda-feira, 12 de março de 2012

Grenat Cafés Especiais e Indústria

Ricardo Icassatti Hermano

O tempo passa ... Lembro da Grenat Cafés Especiais quando ainda era um bebê. Pois é, esse bebê cresceu, se tornou uma mocinha linda, mulher e agora recebeu a chave de casa após o início das operações de torra de café. Sim! A Grenat,  eleita pelo blog a Cafeteria do Ano - 2011, agora torra seu próprio café. A mocinha se tornou independente e essa é a melhor de todas as notícias que o Café & Conversa deu até o momento, porque coloca a cena cafeeira de Brasília em outro patamar. 

Essa menina cresceu

Já falei aqui sobre a coragem da família Sturba, o pai Marco, a mãe Luciana e a filha Gabriela. Tivemos a sorte de acompanhar a história da Grenat desde o início e somos testemunhas do esforço, dos sacrifícios pessoais, dos sapos que tiveram de engolir, das chatices que tiveram de aguentar. Enfim, pouca gente tem a coragem e a competência para investir como essa família tem. Mas, assim como na transição da infância para a adolescência e daí para a fase adulta, novos universos se abriram. 

Tesouro agora em Brasília para nosso deleite

Nas Artes Marciais aprendemos sobre o momento em que o discípulo suplanta o Mestre. As guerreiras Luciana e Gabriela estão quase lá. Em três meses não dependerão de mais ninguém para produzir o café que servem na Grenat. Vamos comemorar muito! Com um novíssimo forno americano de torra da marca Diedrich, as meninas ganharam asas e poderão explorar novas possibilidades para o nosso prazer, porque a torra de grãos permite um número enorme de variações e de resultados.

Luciana posando de Menina Super Poderosa ao lado da máquina

Com uma ponta de saudade, estivemos lá na loja que abrigou a cafeteria no início e hoje abriga a parte industrial com o forno e o depósito climatizado dos grãos. Luciana Sturba gentilmente nos mostrou como são as operações da parte industrial-artesanal. A torra de grãos de café obedece a parâmetros ditados pelo o que se chama "perfil de torra", que nada mais é que uma combinação de fatores. 

O cofre forte onde ficam os grãos que um dia nos farão sorrir

No caso, esses fatores, ou variáveis, são a temperatura monitorada minuto a minuto, o fluxo de ar, a potência da chama e o tempo total da torra. Claro que outras variáveis são levadas em conta pois podem influir no perfil de torra, como a temperatura ambiente e dos grãos frios, umidade relativa, o tamanho e a variedade dos grãos, o humor de quem estiver operando o forno etc. 

Eu só conseguiria ver esse perfil de torra num monitor de 27",
mas a Luciana é pequenininha

Para vocês terem ideia, basta uma pequena vacilada e aquela nota de "azeitonas gregas" vira carvão queimado, ou pior, um sabor pronunciado de "azeitonas espanholas". Um desastre ... (rs) E o pior é que tem cafeteria em Brasília servindo esse desastre.

Por isso, apesar da torra ser uma atividade que trabalha com parâmetros rígidos, também é artesanal porque depende igualmente da sensibilidade e atenção aos detalhes de quem opera o forno. Tem uma mágica qualquer ali que se entrelaça com os gráficos do computador para libertar todo o potencial de aroma e sabor de um café. Além de termos a garantia científica da matemática, a precisão cirúrgica do cronômetro, levamos de lambuja um pouco da alma da Luciana. Neste caso, é um privilégio : )

Luciana garimpando mais um lote de alegria

A outra grande notícia é que assim que estiver estabilizada na produção para consumo próprio, a Torra Grenat (nome que sugerimos) passará a produzir blends para terceiros. Agora, nenhuma cafeteria e restaurante da cidade terá desculpa para servir um café que não seja excelente. E, se desejar, com marca própria. Assista o vídeo abaixo:

Pena que não deu para gravar o aroma ...

Esperamos pacientemente pelo momento em que a Grenat daria o seu grito de independência. Incentivamos cada passo nessa direção. Claro que visamos o nosso lado egoísta de consumidor, mas demos força à família Sturba principalmente porque merece. Aprendemos grandes e valiosas lições nesse tempo em que acompanhamos a Grenat. Desejamos sucesso e vida longa ao Marco, à Luciana e à Gabriela.

5 comentários:

FB disse...

O local é ótimo e os cafés, idem. Só peca no serviço.

Leonardo disse...

eu gosto muito da Grenat, mas outro dia estava falando com um amigo, servidor do BACEN, que frequentava o local diariamente de uma a duas vezes para um espresso. Ele disse que nunca mais pisa na loja pois foi destratado por uma questão simples de uma promoção de "toma X espressos, ganha um". Ao mandar um email para a proprietária foi tratado com mais desprezo, com a justificativa que a promoção segue as normas da casa, se não gosta não frequente.
Eu duvidei e o dito amigo me mostrou o email e lhe dei razão. Passo na Grenat geralmente nos sábados para buscar meus grãos e na única vez que fui a noite para sanduíches e drinks de café gostei muito da comida e bebida e também achei o atendimento ruim.
Não vou abandonar meu fornecedor de café, mas acho que o sucesso subiu um pouco a cabeça da proprietária e o atendimento pode melhorar.

Café & Conversa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Café & Conversa disse...

Cara FB e Caro Leonardo,

Não temos como avaliar a experiência de vocês. A nossa é exatamente o contrário. Sempre fomos extremamente bem atendidos na Grenat. E sempre foi assim, mesmo antes de conhecermos as proprietárias. O que podemos fazer é aconselhá-los a falar pessoalmente com elas. Afinal, elas precisam saber se algo está sendo feito de maneira errada para poder corrigir, não é mesmo? Podem ficar certos de que elas agradecerão qualquer informação que ajude a melhorar o serviço da cafeteria. Conhecemos o profissionalismo da Luciana, da Gabriela e do Marco e sabemos que buscam a excelência acima de tudo. Por isso, também tenho a certeza que vão ler os comentários de vocês e, dentro do possível, vão procurar saber o que aconteceu.

Grande abraço e continuem conosco.

Redação do Café & Conversa

Leonardo disse...

Eu também duvidei em um primeiro momento da experiência ruim do meu amigo, mas depois de saber da história completa e o conhecendo como conheço eu lhe dei razão.
A minha experiência para o lanche foi questão de demora e uma questão simples de prato errado que, constatado o erro e devolvido o prato, o garçom sugeriu cobrar pela correção. Coisa básica que qualquer restaurante de melhor nível já deveria ter instruído seus funcionários. A qualidade dos pratos é boa mas esses pequenos detalhes ficam gravados na memória.