quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Memélia Easy Rider e a caneca globetrotter


Ricardo Icassatti Hermano

Eu estava começando minha carreira jornalística, era apenas um foca cursando o último semestre na faculdade, quando conheci a já famosa jornalista Memélia Moreira. Se não me falha a memória, ela trabalhava no jornal Folha de São Paulo. Eu escrevia umas notinhas para rádio na assessoria de imprensa do antigo Ministério do Interior.

Memélia era e continua sendo uma grande fã e defensora dos índios brasileiros. Como a FUNAI fazia parte da estrutura do Ministério, Memélia sempre aparecia por lá acompanhada de um monte de índios, inclusive os famosos. Tinha até um que trabalhou numa novela. Lembro da voz dela, alta e forte, suas risadas enchiam os corredores.

Cresci bastante naquela assessoria porque tive bons mentores, Ricardo Franco e Ismar Madeira. Dois grandes jornalistas e seres humanos de primeira linha. Eles me deram enormes oportunidades, ensinamentos e responsabilidades. Confiaram naquele garoto esforçado. Dali, bati asas e fui assessorar outros vários ministros. É muito elucidativo trabalhar dos dois lados do balcão ...

Ocasionalmente, esbarrava com a Memélia. Brasília é uma cidade do interior metida a besta e o poder fica concentrado no conjunto que reúne a Praça dos Três Poderes e a Esplanada dos Ministérios. Os jornalistas que cobrem política e governo ficam zanzando por ali e acabam se conhecendo, criando laços de amizade, mesmo que tenham linhas políticas completamente opostas.

Fiquei muitos anos sem notícias da Memélia, até que nos esbarramos novamente numa outra cidade do interior metida a besta, chamada Twitter. Desde então temos mantido boas conversas, por enquanto sem café. É que ela casou, mudou e não nos convidou. Se mandou com o marido gringo para a Flórida, nos Estados Unidos da América.

Mas, ela prometeu que vem a Brasília para conhecer o neto e aí vamos nos sentar numa cafeteria bacana, tomar um excelente café e trocar umas ideias. E sendo amiga do Café & Conversa, acabamos sendo agraciados com a sua generosidade em levar a caneca mais cult do mundo digital para passear.

Quem acompanha o blog sabe o quanto essa caneca tem viajado, sempre na aba dos amigos. Foram vários países da Europa, Coreia, Brasil, países da América do Sul e agora Caribe e Estados Unidos da América, a terra do Tio Sam, o Império da democracia ocidental e do capitalismo que derrotou o comunismo. E quem nos conta essa história é a própria Memélia.

CANECA GLOBETROTTER
Memélia Moreira

Elegante e cosmopolita, ela já visitou o Palácio das Concubinas, em Seul, acompanhada por @maria_lima, ouviu o murmurar da fonte onde Leonardo da Vinci bebeu água, na bela Toscana. Estava nos braços generosos de @clarafavilla, que também a levou à poderosa Holanda. Para completar, submeteu-se ao desafio dos desafios: foi ao Inferno. E voltou.

Essa vocês já conhecem. É o lugar de onde vêm os sobrinhos ...

Esteja onde e com quem estiver, ela será sempre vista sob a escolta de dois distintos cavalheiros e, às vezes, farta dos paparazzi, ela se esconde para não ser fotografada.
Sabe que já se tornou objeto de desejo até de @ascanioseleme, um jornalista daqueles que dá gosto conversar. Ele jura que não se ajoelhou para cortejá-la, mas há controvérsias ...

Afinal de contas, estar em companhia da caneca do @CafeConversa tornou-se “in”, diriam revistas das celebridade. Calma! Ela ainda não decidiu se visita ou não a ilha de “Caras”. Só para terem uma idéia, quando ela chegou aos Estados Unidos, foi imediatamente levada para a biblioteca, lugar nobre da casa onde se hospeda. Escolheu a companhia dos livros para seu refúgio em dias de intenso calor ou frio confortável.

Caneca metida a intelectual

Enquanto adia a decisão se aceita o convite para um fim de semana na “ilha dos famosos”, que pode ser uma ex-BBB ou uma modelo/manequim/atriz, a caneca visita outras ilhas mais, vamos dizer, “democráticas”.

Sintam só o tamanho da mordomia. Caneca checando a conta numerada ...

Esteve em Castway, nas Bahamas, Cozumel, no México e em Grand Cayman, um protetorado da “velha e pérfida Albion” pousada nas águas de profundo azul do misterioso Caribe, onde a lavagem de dinheiro vem com o selo “by appointment of Her Majesty”. A Majesty em questão é, no momento, Elizabeth II da Inglaterra.

Em Cozumel, checando o Calendário Maia para ver
se o mundo acaba mesmo em 2012

Mas foi exatamente nessa ilha que virou até nome de um falso dossiê (ou será que já nos esquecemos do Dossiê Cayman?) que a elegante caneca descobriu que, sim, o Inferno existe. E se chama “Hell” porque afinal de contas, o Diabo veste Prada e não calça de brim das Lojas Pernambucanas e, claro, fala inglês.

Mas, antes dessa viagem na qual contemplou o Caribe e deitou-se nas esponjas de Key West, a caneca fez um tour por Downtown Disney, em Orlando, centro de peregrinação de um país chamado Mickeylândia. Apaga, apaga. O país se chama Estados Unidos.

Caneca entre as esponjas marinhas de Key West, estilo Spa

Queria ver se era verdade os boatos sobre a lona de concreto do Cirque de Soleil e ouvir boa música na House of Blues, além de visitar um pub irlandês. E até sentou-se ao lado de James Joyce. Ela não contou, mas sua intenção íntima era saber se é verdade de que sua bebida preferida, o café, sofre maus-tratos no país que se orgulha de ter as mais “avançadas das avançadas tecnologias”.

Só tenho uma coisa a dizer: ter bom gosto é foda!

E o café é tão desprezado que os nativos o chamam de “regular coffee”. Perambulou pelas mais diferentes atrações de Downtown só para ter certeza de que sim, as maledicências procedem. O café (???) só se chama “regular” naquelas bandas porque desconhecem o pejorativo muito usado nas Terras Brasilis: “chafé”.

Memélia Easy Rider saiu em busca de um bom café nos EUA

Depois de experimentar várias marcas, a caneca suspirou: “argh!”. Mas tão discretamente que poucos perceberam o olhar de compaixão que ela lançou para as dezenas de Starbucks e Joe´s Mug visitados.

Memélia e a caneca procuraram bastante,
mas não encontraram um café decente

Enquanto espera a primavera brasileira para tomar um bom e verdadeiro café, a caneca elegeu o Panera, despretensiosa casa de chá em Kissimmee, para se distrair com o “regular coffee”. Pelo menos ali, o líquido é, vamos dizer, razoável. E foi lá, frente a um laptop, que ela selecionou imagens de seu giro pelo Caribe, prometendo a si mesma estender suas fronteiras até o Alaska, assim que puder.

Caneca confraternizando com a galera do Cirque du Soleil

É lá que a caneca do @CaféConversa espera que os pobres gringos, diante daqueles lagos e da aurora boreal, se redimam e lhe ofereçam um bom café. E enquanto espera o dia da redenção do dos estadunidenses, segue sua vocação de ser a mais globetrotter de todas as canecas de qualquer café do planeta.

3 comentários:

eva mooer disse...

a caneca viaja mesmo ou é uma montagem?se for,acho que acabei de ter uma idéia....e se não for, criei uma que vai dar certo.Valeu...

Café & Conversa disse...

Cara Eva,

Não é montagem. É viagem mesmo : ) Depois nos conte o que você fez.

Abraço

Café & Conversa

Thays disse...

Caros amigos do mundo blogueiro, como faço para ter minha própria caneca? (#invejinhadequemtem)
Abração!
Thays (Cheirinho de Café)