domingo, 7 de março de 2010

Simplesmente Complicado e Divertidíssimo


Ricardo Icassatti Hermano

Assim como para um espresso, a fórmula para conseguir um bom filme é conhecida. Junte um roteiro, um diretor e um elenco. Pronto, nasceu um blockbuster. Errado! Você pode até conseguir o acidente de fazer um bom filme, mas para ter a mínima esperança de sucesso será necessário unir um excelente roteiro, um diretor genial e um elenco soberbo. Ainda tem que pedir a proteção e a benção dos deuses da película.

Foi o que aconteceu com o filme Simplesmente Complicado (It's Complicated), que conseguiu a façanha de reunir Nancy Meyers, como roteirista e diretora, ao elenco estelar composto por Meryl Streep, Alec Baldwin, Steve Martin, John Krasinski e Lake Bell.

Cartaz do filme

A comédia romântica é sobre um triângulo amoroso envolvendo a ex-esposa Jane (Meryl Streep), seu ex-marido Jake (Alec Baldwin) e o arquiteto Adam (Steve Martin) que vai reformar sua casa. Após 10 anos de divórcio, Jane se encontra com o ex-marido na formatura do filho. Ex-marido que a havia traído com uma mulher muito mais jovem e com quem se casou. Conversa vai, conversa vem, quatro garrafas de vinho, algumas taças de conhaque e o encontro termina, é claro, na cama.

Nunca misture ex-marido cafajeste com vinho e conhaque

Como dizia o afamado colunista Richard Cledeman: "O álcool é a perdição da humanidade". Daí pra frente vem a parte complicada dessa relação engraçadíssima entre adultos na casa dos 60 anos de idade. O fato de uma comédia romântica não ser protagonizada por um casal de jovens lindíssimos, passa completamente despercebido.

Little Mary e eu saímos do cinema com dor de barriga de tanto rir. Não há quem não se reconheça em alguma das situações que se sucedem no filme. A cena em que Jane e Adam fumam um baseado, vão completamente "chapados" para a festa do filho e encontram Jake com a nova e jovem esposa, é hilária, além de forte candidata a clássico do cinema. Como eu nunca fumei essas coisas, não posso avaliar se os efeitos são aqueles mesmo. Pela quantidade de risadas, não ponho a mão no fogo por Little Mary ...

Os dois "chapados" (é assim mesmo que fala?) na festa

Nessa mesma cena da festa, toca uma música que fez muito sucesso nas pistas de dança em 1976. A música chama-se You Make Me Feel Like Dancing e era interpretada por um cantor inglês chamado Leo Sayer. O sujeito conseguia alcançar uns agudos que, hoje, soam estranhos. Mas, na época, todo mundo achava normal um homem cantar daquele jeito e corria para a pista de dança no primeiro acorde. Duvida? Assista o vídeo.


Nunca fui fã do trabalho do Alec Baldwin, mas tenho que dar a mão à palmatória neste filme. O ator dá um show e revela uma rara e até então desconhecida veia cômica. Perdeu tempo tentando a carreira de ator dramático, estilo em que não conseguiu convencer por ser um tremendo canastrão. Mas, na comédia, a sua canastrice e o tipo físico se encaixam como uma luva. Antes tarde do que nunca.

Alec Baldwin, a canalhice levada ao estado da arte

Meryl Streep não é uma dessas atrizes super bonitonas, mas ela tem aquele poder mágico de, com um sorriso, um olhar, um tom de voz, se fazer absolutamente linda. É uma característica que sempre me impressionou nela. Neste filme, ela exercita esse poder e nos fascina, apesar de já ter passado dos 60 anos de idade. Meryl foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz pela interpretação de Julia Child, no filme Julia & Julie. Por mim, já levava só pelas risadas que me proporcionou em Simplesmente Complicado.

Meryl Streep em pleno ato de lindeza

Se você está triste, deprimido, arrasado, chateado ou baixo astral com todos esses escândalos de corrupção, tipo Mensalão e Bancoop, e quer ficar curado de vez, assista Simplesmente Complicado. É 100% garantido. O Café & Conversa assistiu, deu nota 10 e recomenda. Assista o trailer.



Um comentário:

Anônimo disse...

Ele realmente demais, Nancy Meyer sempre apresenta algo supreedente, e atrilha sonora nem se fala, you make me feel like dancing sempre é bom recordar. Não poderia ser diferente, em amor não tira férias passamos por essa experiência gostosa de Nancy Meyer de dar boas risadas e curtir uma boa trilha sonora.