domingo, 14 de fevereiro de 2010

Lobisomem Canastrão, o filme


A Inglaterra é um país e tanto. Civilizado, monárquico, rígido, ilhado, sexualmente reprimido e, consequentemente, depravado. Vejam os ridículos escândalos sexuais que envolvem figuras importantes do governo e da realeza. São governados por uma rainha que não quer deixar a coroa para o filho mais velho, que tem uma queda por saias e velhinhas feiosas. Freud explica ...

"Quero ser o seu O.B., Camila"
"Oh Charles, you little dirty pervert ..."

Os ingleses não aceitam mudar a moeda para o Euro. Muito menos trocar o seu sistema de medidas para o métrico ou o sentido das ruas. Ainda têm uma belíssima herança celta, cheia de lendas, aventuras, magia e seres sobrenaturais.

Seres sobrenaturais, cheios de amor pra dar

Esse é o país ideal para um mito como o Lobisomem. Por isso, nove entre 10 histórias de lobisomem são ambientadas nos cenários enevoados da Inglaterra. Os americanos até tentam, mas falta aquele fog, o sotaque, a ambientação, os pubs, as figuraças.

É, eu fui assistir o recém-lançado O Lobisomem (The Wolfman), estrelado por Benicio Del Toro, na pele do cachorrão malvado; o sempre sensacional Anthony Hopkins, como pai do cachorrão; Emily Blunt, responsável pela beleza feminina e tensão sexual da história; e Hugo Weaven, no papel do inspetor da Scotland Yard. Geraldine Chaplin faz uma ponta como cigana que sabe tudo sobre a maldição peluda. O filme é dirigido por Joe Johnston.

O cartaz promete mais medo do que o filme entrega

Como se vê, tirando o Del Toro, o elenco é de primeiríssima linha. Por que digo isso, perguntam as moiçolas apaixonadas pela cara de ressaca do ator. Ora, porque ele é um canastrão, um péssimo ator quando tenta se levar a sério. Contracenando com um elenco dessa qualidade, a canastrice fica evidente. Gritante até, e já na primeira cena. Para ter uma ideia, o lobisomem digitalizado atua melhor. O dublê fantasiado também.

Esse cara é um ator de verdade

O filme está classificado no estilo "horror" e "thriller", mas não sei se era isso mesmo o que estavam pretendendo. Um filme de horror tem como premissa básica provocar medo no espectador. O gênero thriller é o que nos faz prender a respiração, esperando pelo inesperado.

O lobisomem do filme não mete medo em ninguém. No máximo dá uns sustos, com a farta utilização dos velhos truques de aparição súbita com som altíssimo. Assim mesmo, levei dois sustos apenas. Quanto à parte thriller, devo confessar que só prendi a respiração quando deram um close nos lábios da bela Emily Blunt ... queriam o que? A mulher faz qualquer cachorro babar e eu sou apenas um ser humano como qualquer cachorro, oras.

Baba baby, baba ...

Além disso, a digitalização não ficou perfeita como já é possível há alguns anos. Parte da caracterização foi feita à moda antiga, com maquiagem. Aliás o maquiador é o famoso Rick Baker, que ganhou o primeiro Oscar de Maquiagem justamente pelo seu trabalho no filme Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London). Este sim um filme assustador, que deixou muito valentão sem dormir por uns dias.

O meu penteado é de lobisomem macho ...

Em entrevista concedida a revista WIRED, o maquiador disse que pretendeu homenagear Jack Pierce (1889 - 1968), o maquiador que criou o lobisomem interpretado por Lon Chaney em 1941. Mesmo com penteados diferentes, a semelhança entre os dois lobisomens é perceptível. Até a oclusão dentária é a mesma.

Notou o probleminha de oclusão?

No mais, o filme é bem feito. História de lobisomem é sempre igual, como os escândalos de corrupção. E o bicho sempre morre no final, coisa que dificilmente acontece com os corruptos. O que diferencia esse filme dos outros são os efeitos especiais e a beleza da mocinha da vez. Não se assuste se em dois anos sair outro lobisomem em 3D jogando tripas, sangue e cabeças no seu colo. O filme é uma diversão sem maiores compromissos para quem não está envolvido na festa de Momo. Abaixo, veja o trailler.

Ricardo Icassatti Hermano
Diretamente do retiro espiritual de carnaval



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