quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Piatã, um café com pegada


Ontem, finalmente pude experimentar o café que tem provocado suspiros entre baristas, provadores, plantadores e consumidores. Trata-se do Café Piatã, plantado na Bahia, Chapada Diamantina, lá na Fazenda Divino Espírito Santo.

Direto da Chapada Diamantina para a minha cozinha

Como recebi o pacote com os grãos, levei para moer com as meninas do Café Eldorado. Aproveitei e pedi para tirar um espresso curto com ele. Não é a maneira correta para uma avaliação mais profunda, mas o que importa aqui no blog é o prazer de beber um café diferenciado, especial.

O Piatã tem pegada, tem corpo forte. A doçura ácida de melaço de cana não é lenda ou maneira de dizer. Ela está lá com toda a sua pujança e realmente me surpreendeu. A torra mais escura acentuou ainda mais o caramelado. O café também é frutado e o retrogosto fica um pouquinho prejudicado pela torra, a meu ver, excessiva.

É preciso levar em conta também que não se trata de um blend, mas de um único grão arábica. Tomei ainda um espresso curto feito com o Café Orfeu, que agrada muito o meu paladar pela untuosidade. O Orfeu é um blend, ou seja, uma mistura de vários grãos com características diferentes. Daí o seu equilíbrio.

O Piatã é um tremendo café, porém diferente em seu estilo mais agressivo. De maneira nenhuma é desagradável, muito pelo contrário. Fiquei com vontade de beber mais. E o fato de ser um grão único, me levou a imaginar um blend que lhe acrescentasse untosiodade. Talvez maneirar na torra. Seria interessante.

Mal comparando com whisky, o Piatã seria um puro malte. Delicioso e raro. O pessoal da Fazenda Divino Espírito Santo deve estar orgulhoso.

Ricardo Icassatti Hermano

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